a vaca foi pro tejo
as peripécias de lais e murilo, petrúquio e catarina em portugal...
27 agosto 2007
3º dia rates - barcelos
mais um dia, mais belas paisagens, recantos apreciados por poucos...
“Segundo a lenda, os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, por não terem descoberto o criminoso que o cometera. Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém o acreditou e por isso foi condenado à forca. Ninguém acreditava que se dirigisse a Santiago de Compostela em cumprimento duma promessa. Antes de ser enforcado, porém, pediu que o levassem à presença do Juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado que, nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa, exclamando: «É tão certo eu estar inocente quanto certo é esse galo cantar quando me enforcarem». Risos e comentários não se fizeram esperar mas, pelo sim pelo não, ninguém tocou no galo. O que parecia impossível tornou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidava das afirmações de inocência do condenado. O Juiz corre à forca e com espanto vê o pobre homem de corda ao pescoço, todavia o nó laço impedia o estrangulamento. Imediatamente solto foi mandado em paz. Passados anos voltou a Barcelos e fez erguer um monumento em louvor a São Tiago e à Virgem.”
23 agosto 2007
2º dia vilarinho - são pedro de rates
agora sim estávamos mesmo longe de grandes cidades, andamos horas pela zona rural, as quintas sempre pequenas, cercadas por muros sempre de pedra (cerca com mourão de madeira e arame não vimos nenhuma), na paisagem sempre milharais e videiras...
mais adiante pontes romanas, mais vilas, igrejas, caminhos diversos e vivam as setinhas amarelas!
1º dia porto – vilarinho
o caminho português começa tradicionalmente na sé catedral no porto. conhecer a cidade ficou pra outra vez, estávamos mesmo ansiosos pra começar a caminhada. até sairmos propriamente da área urbana demorou um bocado, mas pouco a pouco alcançamos à zona rural, passamos por quintas muito bem cuidadas, pequenos e simpáticos vilarejos...
resultado: acampamento de peregrino...
já tínhamos nossa primeira lição: sair CEDO!
santiago de compostela
encarnamos o espírito peregrino e partimos à aventura: do porto a santiago, 240 Km, 12 dias a pé!
viagem inesquecível, lugares maravilhosos, momentos de dor e superação mas também de euforia a cada etapa cumprida... por dia andávamos entre 6 a 10 horas contando com as paradas para descanso e lanche. tem uma estrutura bem legal de apoio, com albergues para os peregrinos ao final de cada trecho. passamos por cidadezinhas lindas e (por incrível que pareça) ainda tínhamos disposição pra fazer um pouco de turismo enquanto “descansávamos”.
as setas amarelas e as conchas eram nossos guias, companheiros de toda a jornada, alento de que o esforço não seria em vão... e por incrível que pareça não nos perdemos uma só vez.
“Segundo uma tradição muito antiga, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, São Tiago, foi pregar as "boas novas" em regiões longínquas, passando algum tempo na Galiza, extremo oeste da Espanha. Ao retornar à Palestina, foi preso e decapitado, e seu corpo jogado para fora das muralhas de Jerusalém. Dois de seus discípulos, Teodoro e Atanásio, recolheram seus restos e os levaram de volta ao ocidente de navio, aportando na antiga cidade de Iria Flávia, na costa oeste espanhola, sepultando-o secretamente em um bosque de nome Libredón. O lugar foi esquecido até que oito séculos depois, um ermitão chamado Pelágio começou a observar um estranho fenômeno que ocorria neste mesmo lugar: uma verdadeira chuva de estrelas caía todas as noites sobre um ponto no bosque, emanando uma luminosidade intensa. Avisado das luzes místicas, o bispo de Iria Flávia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local encontrando, assim, uma arca de mármore com os ossos do santo. A notícia se espalhou e pessoas começaram a deslocar-se a fim de conhecer o sepulcro originando o Caminho de Santiago de Compostela.
Desde o século IX, homens e mulheres partem de suas cidades tendo como destino aquele lugar sagrado, movimento este que teve seu auge nos séculos XII e XIII com a passagem de centenas de milhares de viajantes.
Hoje em dia, pessoas de todas as idades (cerca de 20.000 por ano) imitam os passos medievais e percorrem este antigo traçado; uns por espírito religioso-cristão, outros por misticismo, busca interior ou apenas como uma grande aventura.”